FLUXO NÃO NEWTONIANO
Os sistemas não-newtonianos apresentam dois tipos de fenômenos que os distinguem de sistemas newtonianos: fenômenos independentes do tempo e fenômenos dependentes do tempo.
1. Fenômenos de estado estacionário (independentes do tempo)
Três classes de líquidos apresentam este comportamento e são denominados pseudoplásticos, plásticos e dilatantes.
1.a Diminuição da viscosidade aparente com o aumento da tensão de cisalhamento.
Os líquidos que apresentam este comportamento são denominados pseudoplásticos. As causas mais comuns desse comportamento em suspensões coloidais são o fracionamento de agregados de partículas e a orientação de partículas assimétricas provocadas pelo aumento da taxa de cisalhamento. Muitas tintas apresentam pseudoplasticidade.
1.b Existência de uma tensão de cisalhamento mínima para iniciar o escoamento.
Os líquidos que apresentam este comportamento são denominados plásticos. A taxa de cisalhamento é zero (o líquido não escoa) até que uma tensão de cisalhamento mínima seja aplicada ao sistema (tensão mínima de escoamento, t0). Para tensões de cisalhamento maiores que t0, os fluidos plásticos apresentam um comportamento semelhante aos fluidos pseudoplásticos, ou seja, apresentam uma diminuição da viscosidade aparente com o aumento da tensão de cisalhamento. Quando a tensão mínima de escoamento é muito pequena, torna-se difícil determinar se o sistema é plástico ou pseudoplástico. A plasticidade é devida à existência de um retículo estrutural contínuo na amostra em repouso e que deve ser rompido para que o fluido possa escoar. Massas de modelagem e dispersões de algumas argilas são exemplo de dispersões plásticas.
1.c Aumento da viscosidade aparente com o aumento da tensão de cisalhamento
Os líquidos que apresentam este comportamento são denominados dilatantes por apresentarem um efeito de dilatação. Esses fluidos se comportam como um líquido (escoam) a baixas tensões de cisalhamento, mas podem se tornar tão rígidos (não escoam) quanto um sólido quando submetidos a tensões de cisalhamento elevadas. Esse efeito é observado particularmente em pastas de partículas defloculadas densamente empacotadas. Quando a taxa de cisalhamento é aumentada, esse empacotamento deve ser quebrado para permitir que as partículas se movam umas em relação às outras. A expansão resultante faz com que o líquido seja insuficiente para preencher os vazios criados. À essa expansão se opõe forças de tensão superficial do líquido “aprisionado” entre as partículas. Isso explica porque é fácil empurrar com o pé a areia úmida da praia se fazemos isso lentamente. Mas podemos machucar o pé se chutarmos (aplicarmos uma tensão de cisalhamento elevada) a areia, pois nessa situação ela se comporta como um sólido.
(fonte:
http://www.qmc.ufsc.br/~minatti/docs/20051/viscosimetria_cisalhamento.doc)